quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Auto-Retrato \\ Sem Título


O auto-retrato concebido para ilustrar este exercício parte do deslocamento para a criação de uma sobreposição sequencial de um número indefinido de momentos que representam individualmente uma camada de identidade. A sequência diferencial de posições infinitesimamente separadas no espaço e no tempo, desmultiplica a forma até ao limite da não-identidade, gerando um rasto que regista a passagem do corpo, como se tratasse de um gráfico que descreve o deslocamento em função do tempo decorrido. A não-identidade é gerada de um modo próximo ao conseguido por Warhol nos retratos de Elvis Presley e Marilyn Monroe, por repetição exaustiva dos mesmos. No entanto, o deslocamento em ordem ao tempo cria uma deformação mais acentuada, proveniente também da lógica vertical de leitura, implícita neste exercício, o que lhe confere uma estrutura poética.

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